Pré-Sal
Desde as primeiras descobertas em águas profundas, a Petrobrás tem trilhado uma longa jornada tecnológica.
As descobertas no pré-sal estão entre as mais importantes em todo o mundo na última década. Essa província é composta por grandes acumulações de óleo leve, de excelente qualidade e com alto valor comercial. Uma realidade que coloca o Brasil em uma posição estratégica frente à grande demanda de energia mundial.
Para descobrir essas reservas e operar com eficiência em águas ultra profundas, a Petrobrás desenvolve tecnologia própria e atua em parceria com fornecedores, universidades e centros de pesquisa. Ela contrata sondas de perfuração, plataformas de produção, navios e submarinos com recursos que movimentam toda a cadeia da indústria de energia.
O volume de negócios gerado pelo pré-sal é um vetor que impulsiona o aprimoramento da cadeia de bens e serviços, aportando tecnologias, conhecimento, capacitação profissional e oportunidades para a indústria. A superação dos desafios tecnológicos, em sua maioria, são obtidos a partir da associação de esforços entre as equipes técnicas das operadoras e dos fornecedores, muitas vezes apoiados por estudiosos e pesquisadores de universidades e centros de tecnologias.
Entenda como foi formado o pré-sal
O pré-sal é uma sequência de rochas sedimentares formadas há mais de 100 milhões de anos, no espaço geográfico criado pela separação do antigo continente Gondwana. Mais especificamente, pela separação dos atuais continentes Americano e Africano, que começou há cerca de 150 milhões de anos. Entre os dois continentes formaram-se, inicialmente, grandes depressões, que deram origem a grandes lagos. Ali foram depositadas, ao longo de milhões de anos, as rochas geradoras de petróleo do pré-sal. Como todos os rios dos continentes que se separavam correram para as regiões mais baixas, grandes volumes de matéria orgânica foram ali depositados.
À medida que os continentes se distanciavam, os materiais orgânicos então acumulados nesse novo espaço foram sendo cobertos pelas águas do Oceano Atlântico, que então se formava. Dava-se início, ali, à formação de uma camada de sal que atualmente chega a 2 mil metros de espessura. Essa camada de sal depositou-se sobre a matéria orgânica acumulada, retendo-a por milhões de anos, até que processos termoquímicos transformassem a camada orgânica em hidrocarbonetos (petróleo e gás natural).
Produtividade
Outro dado que mostra a alta produtividade do pré-sal é a quantidade de poços produtores quando comparada ao volume de produção. Em 1984, a Petrobrás precisava de 4.108 poços produtores pós-sal para chegar à marca de 500 mil barris diários. No pré-sal, chegou ao triplo desse volume de produção contando apenas 77 poços.
Sem abrir mão das melhores práticas mundiais de segurança operacional, A Petrobrás perfura poços no pré-sal em tempo cada vez menor. O tempo médio para construção de um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos, por exemplo, foi reduzido em 2,5 vezes entre 2010 e 2018, com o avanço no conhecimento da geologia, a introdução de tecnologias de ponta e o aumento da eficiência dos projetos.
Com o conhecimento acumulado pela Petrobrás em suas operações e com a inovação tecnológica, o custo médio de extração do petróleo do pré-sal vem sendo reduzido gradativamente ao longo dos últimos anos. Passou de US$ 9,1 por barril de óleo equivalente (óleo + gás) em 2014, para US$ 8,3 em 2015, e atingiu um valor inferior a US$ 8 por barril no primeiro trimestre de 2016. Em 2018 atingiu um valor inferior a US$ 7.
Termo de Cooperação assinado em Dezembro de 2020.
Uma parceria entre a Petrobras, o consorcio de Libra e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) viabilizou a construção de um centro tecnológico para pesquisas do pré-sal
Foram assinados dois termos de cooperação: primeiro termo foi contemplado recurso financeiro de R$ 57 milhões para iniciar as obras da construção do chamado Centro Tecnológico para o Pré-Sal Brasileiro (CTPB) na área de expansão da Unifei e no segundo termo de quase R$ 200 milhões para compra de equipamentos.
A coordenação, operação e administração do CTPB será de responsabilidade da universidade Federal de Itajubá , por meio do Núcleo de Separadores Compactos (NUSEC). O Centro estará sob a coordenação do professor Marcos Aurélio de Souza, do Instituto de Engenharia Mecânica (IEM).
De acordo com ele, não existe no mundo uma instalação com capacidade de realizar testes e desenvolvimentos nas condições que serão simuladas no CTPB com pressões na ordem de 240 bar com fluidos reais (água de formação com elevada salinidade + petróleo + gás + alto teor de CO2).
O CTPB e os testes que nele poderão ser feitos gerarão grande quantidade de informações inéditas que permitirão o desenvolvimento de muitas teses de mestrado e doutorado, trabalhos de iniciação cientifica e capacitação profissional tecnológica de ponta. Além disso, o CTPB poderá viabilizar um boom de desenvolvimento , tanto para o Brasil quanto para o mundo.
Marcos Aurélio também explicou que o laboratório permitirá que se ocupe uma lacuna em termos de instalações de testes para que se possa avançar com segurança no processo de produção dos reservatórios do pré-sal brasileiro.
Quanto ao impacto na economia local, este laboratório, deve trazer oportunidade para empresas locais no desenvolvimento de soluções para os equipamentos testados e desenvolvidos no CTPB bem como a instalação de novas empresas em função desta demanda tecnológica e também poderá haver impacto positivo na economia dos prestadores de serviço de hotelaria, alimentação e transporte, pois empresas multinacionais do ramo de exploração de petróleo devem utilizar esse laboratório e enviar equipes para acompanhamento dos testes e desenvolvimento dos seus equipamentos.